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sábado, 26 de dezembro de 2009

Renascida - 3º Capitulo

   III

     O sol inunda o quarto com a sua adorável luminosidade. Um corpo encontrava-se repousado sobre a cama, estava coberto por um fino lençol branco, a colcha fora puxada para trás. O corpo movia-se levemente. A sua respiração era regular. O seu rosto encontrava-se sereno. Poderia dizer-se que estivesse em paz, levitando por um belo sonho.

     Prue corria. Encontrava-se a atravessar um túnel. Um túnel sem fim visível, apenas corria tentando encontrar uma saída. Tudo se encontrava escuro. Cada paço seu ecoava pelas paredes. Elas eram apertadas. Elas sufocavam-na. Como se o objectivo delas fosse matar.
     Vê-se uma luz. Como a de uma tocha ou de uma lareira. Era quente... reconfortante. Como se já a conhece-se à muito tempo. Era como a reencontrar de uma velha amiga. Prue fica mais perto. A luz parecia irradiar o caminho para a saída.
     Prue aproxima-se dela. Esta encobria uma porta de madeira escura. Ela conheceu-a. Prue pega na maçaneta para abrir a porta que a levaria à saída daquele túnel. Mas não foi preciso. Uma leve corrente de ar empurra a porta com delicadeza. A porta abre-se e Prue atravessa para o outro lado.
     Do outro lado encontrava-se a sala. O fogo crepitava na lareira e alguém o olhava. Prue aproxima-se. Sentado na poltrona encontrava-se o seu tio Paul. Ele falava. Os seus olhos observavam o fogo. Algumas das palavras sussurradas chegaram até Prue juntamente com um turbilhão de emoções.
     " Não desistas. Mesmo quando tudo parece perdido, não o faças... Venceras dos que te perseguem tal como as... ancestrais os venceram... não caias na tentação que te for oferecida... o amor... sucumbirás a ele... ele te protegerá... vocês... Böse lauert in den Schatten ... Er ist Ihr Verbündeter ... aber Sie gewinnen ... aber deine Liebe..."
     - Tio! - Prue avança até perto do tio. Esticara a mão para lhe tocar mas... já não era ele que lá se encontrava... o fogo diminuirá e agora sentado na poltrona encontrava-se Sébastien.
     " Desculpa-me Prue!" – Diz ele.
     " De que falas Séb?" – Pergunta Prue.
     " Do fim. Do nosso fim." - Responde antes de desaparecer da poltrona.
     O fogo que crepitava na lareira extingue-se. A sala fica escura. As sombras ocupavam todos os recantos. E aproximavam-se.
     " Cassandra, és mesmo tu?"
     Uma voz provinha das sombras. Falara-lhe.
     " Eu não me chamo Cassandra." Responde Prue.
     " Mas és igual a ela." Uma figura emerge das sombras onde estava mergulhado e aproxima-se de Prue.
     Uma mão toca delicadamente no seu pescoço. Era fria mas ao mesmo tempo quente. Prue vira-se e dá de caras com uma belo rosto. Os seus cabelos eram pretos. Os seus olhos estavam frios. Mortos. A sua pele era pálida. E a sua boca... era belo.
     Prue afasta-se dele, aproximando-se da lareira. "Espera!" Diz-lhe, mas já era tarde. O fogo volta a incendiar a lareira, as sombras desapareceram e com elas, ele desapareceu. "Eu encontrarei te Cassandra." Foram as suas últimas palavras antes de desaparecer.
     Sente-se um leve tremor. O fogo na lareira intensificasse ainda mais, faz desabar a lareira. As chamas consomem a sala. O chão laxa-se e Prue cai. Ela é engolida pelas chamas... para o vazio... para o Inferno.

     Prue acorda. O sol inundava o seu quarto com uma suave luminosidade. Ela olha para o relógio digital que tinha pousado sobre a mesinha de cabeceira. "06H45 tenho que me despachar." Ela levanta-se da cama e dirige-se para a casa de banho.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma ideia gira...

     Visto que achei giro fiz um Quiz sobre mim...

     Vamos... quem quiser é para resolver. Não digo é que todos acertem. Mas como eu até agora (em todos os blogues que tenho) dei uma resposta a uma das perguntas. Não penso que seja difícil.
     Jokas...

sábado, 28 de novembro de 2009

Renascida - 2º Capitulo

II


     " Algo se passa comigo! Não tenho remorso pelo que fiz, pena ou tristeza. Sinto, apenas, que ele era mais um que eu tinha que deter. Algo que não podia continuar neste mundo que eu habito.
     Mas ela está triste. Eu não a quero assim. A ela não. A minha mãe não. Ela é tudo o que eu tive em criança. E agora sinto que a estou a trair. Que a posso perder mais cedo do que a minha desejada partida.
     A nossa partida. Eu amou mas será que o devemos fazer. Foi ele que lhe causou tanta dor e tristeza. Mas fui eu que lhe pedi. Fui eu que o desejei. A culpa é minha e de mais ninguém.
     E vejo que tenho que partir. O meu lugar já não é com eles. Não pertenço a ninguém. Mas quero estar com ele. E ele comigo. O meu amado Sébastien..."
    
     Prue para de escrever e olha para aquele pequeno caderno que tem em mãos. Outrora fora o seu segredo. Agora já não importava mais. Fora apenas algo da sua vida passada, que estava prestes a terminar. Que estava prestes a ficar no passado dos que nela habitaram.
     Olha de novo para o seu diário e escreve, decidida, as ultimas palavras.
    
     " Mas será que faço bem? Não estarei prestes a cometer um erro, à qual, já não poderei voltar atrás? E eles? Eu não quero que me esqueçam, e se, eles, se continuarem a lembrar de mim, estarei, apenas a cometer um erro. Apenas estarei a infringir-lhes mais dor do que aquela que já habita nos seus corações. Eles merecem mais que os meus erros. Eles merecem um futuro. Uma vida longa. Ao contrário da minha que está prestes a terminar. Para voltar a nascer..."
   
     Prue fecha o diário e guarda-o, como costumava fazer, debaixo do colchão da cama. Dirige-se para a janela e olha para a noite, onde habitam os segredos do Universo. Onde habitam os seus segredos. Vistos pela noite. Naquela noite...
     Então começa a recordar os seus acontecimentos, esses que tinham mudado a sua vida. Mas para melhor ou para pior, Prue, não estava certa de saber. Nem de o querer... Mas certo é que ela tinha mudado. Por culpa dele. Por culpa do seu amado.
     As memórias estavam a tentar ser recordadas. Como se ela as tivesse de voltar a reviver, mesmo sendo contra sua vontade.
     Mesmo não querendo voltar a viver o pesadelo que a tinha tornado no que a tornara. No que se estava prestes a tornar.
     As memórias vieram, sem as conseguir impedir. Apenas as reviveu…

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Renascida - 1º Capitulo

I

     Prue olhava para o céu da janela do seu quarto. Lá fora já anoitecera. O céu encontrava-se escuro, pois nem a Lua nem as estrelas se atreviam a brilhar. Na rua nem um só carro se atrevia a passar, nem os animais nocturnos, que outrora enchiam a noite com as suas lindas melodias, se atreviam a cantar.

     Na sala, que se situava ao lado do seu quarto, ouviam-se vozes. Vozes que gritavam. Soluços que ecoavam trazidos de lá belo ar.
     - Mas ela é apenas uma criança! - Gritava Emily, a mãe de Prue, a soluçar cada vez mais.
     - Ela tem o direito de saber a verdade. - Aquela seria a voz de James, irmão mais velho de Prue.
     - Não ela...ela é... apenas uma criança... - Volta a dizer Emily entre soluços.
     - Mãe ouve-me. Ela tem que saber a verdade por nós. E não por Eles. - Diz James.
     - Não! Não ela não. A minha princesa não!
     - Emily ouve o James. É melhor ela saber já a verdade, do que mais tarde, e por outros, sem sermos nós. - Diz Paul, irmão de Emily.
     - Não! - Grita Emily.
     - Emily reconsidera. Será melhor para ela. - Diz Paul.
     - Ela é minha filha. Eu dir-lhe-ei quando achar que for o momento.
     - Se assim o dizes. - Disseram James e Paul.
     - Mas espero que, quando a verdade vier ao de cima, já não seja demasiado tarde para ela. - Acrescenta Paul.
     - Não será. - Diz Emily dirigindo-se ao irmão.
     - Vou chamar a Prue. - Disse Paul.
     - Não. Eu vou. - Interveio James.
     Ouvem-se passos. James aproxima-se do quarto. Duas pancadas sonoras na porta, uma doce e melodiosa voz a chamarem o seu nome. "Prue, posso entrar?"
     Ela nem se dá ao trabalho de pronunciar uma resposta. Pois James entra no quarto nesse momento.
     James, tinha algumas parecenças com a irmã. Era alto. A sua pele era bronzeada. O seu cabelo era de um castanho que escapava para o vermelho. Tinha os olhos cor do mel, e umas longas pestanas. Um nariz pequeno e redondo. Os seus lábios eram carnudos, e davam vontade de beijar. A barba, nesse momento, estava por fazer, o que lhe dava um ar sedutor.
     Prue era alta como o irmão, tinham o mesmo tom de pele, e os mesmos cabelos castanhos que se escapavam para um tom avermelhado. Mas ao contrário deste os seus olhos eram cor de avelã que não se decidiam se queriam ser castanhos ou verdes. Tinha uns olhos grandes e redondos e um nariz pequeno mas pontiagudo. Os seus lábios eram carnudos. Quem a visse diria que ela tinha umas feições delicadas, tal como as de uma boneca de porcelana.
     - Que aconteceu? - Pergunta Prue.
     - A mãe e o tio querem falar contigo. - Responde James fugindo à pergunta dela.
     - Não desvies a conversa. Eu ouvi a mãe a gritar e a soluçar. - Diz Prue olhando directamente para o irmão. 
     - Ela esta transtornada.
     Aquela curta resposta respondia a tudo e a nada.
     - O que aconteceu? - Ela desvia-se da janela e foi-se juntar ao irmão, ficando de frente para ele.
     - Não serei eu a dar-te a noticia.
     - Será a mãe ou o tio?
     - Os dois. Agora anda ter com eles.
     James abre a porta do quarto e, com o braço à volta dos ombros da irmã, dirigem-se para a sala de onde já não provinham os soluços da mãe.
     James dá duas pancadinhas na porta, como se lhes quisesse dizer que eles tinham chegado. Entram.
     A divisão estava iluminada apenas com a ténue luz que provinha do fogo que crepitava na lareira e que mantinha aquela sala quente. Emily estava sentada na poltrona junto à lareira a beber de uma velha caneca que o seu pai lhe tinha dado. Já não chorava nem soluçava, mas, o seu rosto ainda continuava vermelho, devido à imensidão de lágrimas que já deveria ter deitado aquele belo rosto.
     Paul estava de pé, de frente para a lareira, a olhar para o fogo que crepitava lá de dentro, mas pareceu a Prue, que não era o fogo que ele via, existia algo mais, algo que o estava a atormentar, que o estava a preocupar. Algo que eles lhe estavam a esconder.
     Quando Emily viu a figura da filha, parou de beber daquela chávena e pousou-a numa mesinha que se encontrava ao lado da poltrona, onde já se encontrava um dos seus velhos livros.
     - Prue. Vem sentar-te. Eu e o teu tio temos uma coisa para te dizer.
     Paul, ao ouvir as palavras pronunciadas pela irmã, vira-se e olha para Prue, que, nesse momento, se dirigia para a mãe com um passo decidido e confiam-te de si, como sempre tinha.
     Ela coloca-se aos pés da mãe e olha para o tio que continuava encostado à lareira. Só que, em vez de olhar para as inúmeras formas que crepitavam naquela velha lareira, olhava tanto para ela como para a irmã.
     James contornou a poltrona onde a mãe estava sentada e dirigiu-se para a janela. De lá viras-lhe as costas e começa a olhar para o céu. Nessa noite nem mais uma palavra foi proferida da sua boca.
     O silêncio foi constante durante um tempo. Pois ninguém se decidia a começar. Ninguém se decidia a dizer-lhe.
     - Para que mãe? - Aquela pergunta apanha Emily desprevenida mas não admirada por provir da filha mais nova.
     - É difícil. Á ainda muito para te contar, pequena. E muito que ainda não esta na altura de te dizer-mos.
     Paul entrevem num tom séptico, falando para Prue, mas aquelas suas palavras foram dirigidas à irmã.
     - Algo que já deverias saber.
     - Paul! Agora não. Já falamos sobre isso. Ainda não.
     - Continuas ainda a não ceder irmã?!?
     - Não.
     Emily ignora o irmão e volta, de novo, a sua atenção para a filha.
     - Está na altura de saberes. - Começa a dizer Emily antes de voltar a soluçar.
     Prue levanta-se do chão e senta-se num dos braços da poltrona, abraçando e consolando a mãe.
     - Mãe, o que aconteceu? - Pergunta Prue.
    Emily para, aos poucas, de soluçar.
    - O teu pai, Philip. - Começa a dizer antes de voltar a soluçar e a chorar ainda mais do que antes.
    Sabendo que a mãe não estava em condições de lhe contar o que tinha acontecido vira-se para o tio.
    - O que foi que aconteceu ao Philip. - Pergunta Prue. Ela sempre tratara o pai pelo nome pois nunca lhe tivera um grande apreço. Mas o que tivesse acontecido tinha transtornado a mãe que era, praticamente a única pessoa que a compreendia realmente, sem ser o irmão e Ele.
    - Um acidente. - Diz-lhe o tio sem rodeios.
    - Como assim?
    - Ele não voltará para junto de nós. - Responde-lhe sem o mínimo de remorso ou de pena.
    Prue sempre soubera que o Philip e o tio nunca se tinham entendido. Mas ela tinha ainda certas duvidas até onde o tio poderia chegar. Mas nessa noite era diferente. Avia algo de diferente. Algo que ela não sabia explicar. E sabia que não conseguiria saber nada do que aconteceu nessa noite. A mãe não lho diria, estava demasiado transtornada. James não lho quisera contar antes, no seu quarto, também não lho diria agora. E o tio também não o faria. Não para já.

     - Querida.
     - Mãe.
     Elas abraçam-se. Mas nesse momento, Prue, apenas queria estar sozinha no seu quarto. Elas afastam-se. Prue limpa com as costas das mãos as lágrimas que corriam no rosto da mãe.
     Até aquele momento, Prue, nunca notara como a mãe era bonita com os seus longos cabelos pretos como a noite, os seus olhos azuis, cor do mar, mas grandes e redondos como os seus. Os seus lábios eram finos. E o seu nariz como o de Prue, pequeno mas pontiagudo.
     - Posso sair mãe? Preciso de ficar sozinho. - Pergunta Prue.
     - Vai. - Foi a única resposta que proveio da boca da mãe.
     Ela olhou para James, e este devolveu-lhe o olhar expressivo, cheio de dor e de perda. Ele sempre adorara o pai. Mas será que sabia o que ele fazia?
     Ao sair olhou uma última vez para aquela sala. A mãe estava de novo na poltrona, a beber daquela caneca que o Philip lhe tinha dado. As lágrimas escorriam-lhe pelo rosto. E a sua perda era lhe transmitida sem o saber. A dor emanava dela. O irmão estava a olhar para o céu da janela. Mas o tio olhava fixamente para ela. Como a tentar perceber a reacção, dela, à notícia que acabara de receber. Que ele lhe acabara de dar.
     Um último pensamento lhe ocorreu ao fechar a porta e dirigir-se para o seu quarto.
     Ele fora o responsável. Ela era sua cúmplice. E estava um cenário pintado de morte naquela casa do qual ela era responsável.
     Há qual ela já não pertencia.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Porque o Blog?

     Achei giro fazer este Blog para mostra o que imagino… Para mostrar um mundo que sonho...
    Para escrever histórias num mundo que eu imaginei... e onde as pessoas me podem ler, e imaginar as minhas personagens, sem me sentir ridícula com o que escrevo!
     Sei que isto pode parecer um pouco sonhador, do género, de uma pessoa que quer sempre viver num outro mundo.
     Mas eu não sou dessas... mas quero mostrar o que escrevo... o que imagino.
     Mas ninguém é obrigado a gostar do que escrevo. Pois há inúmeros gostos, e o meu é só mais um.